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Na disputa por investimentos, Piauí terá maior usina de hidrogênio verde do mundo
Produção da Green Energy Park deve iniciar em 2026, com investimentos de R$ 50 bilhões
Emelly Caroline Alves - redacao@pinegocios.com.br
A corrida pela produção de hidrogênio verde (H2V) está ganhando força no Brasil, e o estado do Piauí está se destacando nesse movimento. Em 2024, o Piauí inicia a construção do maior projeto de hidrogênio verde do mundo. A Green Energy Park, uma empresa europeia, firmou um acordo com o governo do estado para investir R$ 50 bilhões na produção de H2V. Este projeto, que deve ser concluído em dois anos, visa estabelecer um parque de produção de 5 GW de amônia verde anualmente.
A parceria foi oficializada durante o Congresso Mundial de Hidrogênio em Roterdã, na Holanda, em outubro deste ano. O Piauí foi escolhido estrategicamente devido ao seu enorme potencial em energia solar e eólica, aliado a custos de eletricidade competitivos e abundância de recursos hídricos. A colaboração entre investidores do setor e o governo, que simplificou os processos burocráticos, foi essencial para concretizar o acordo.

“Reunimos vantagens competitivas para liderar o novo mercado global da economia verde, que tem no hidrogênio verde seu principal ativo, e isso abre perspectivas extraordinárias para o Piauí, com geração de emprego e renda para nossa gente”, afirmou o governador Rafael Fonteles durante o congresso.
No entanto, o Piauí não está sozinho nessa corrida, já que outros estados nordestinos, como Ceará, Bahia e Pernambuco, também estão desenvolvendo projetos para a produção de hidrogênio verde. Em janeiro deste ano, o Ceará lançou o projeto piloto de produção de H2V no Complexo Termelétrico do Pecém. Enquanto isso, a Unigel está construindo a primeira planta de produção de hidrogênio verde em larga escala no Brasil, que deve ser concluída até o final deste ano no Polo Petroquímico de Camaçari (BA).
No Piauí, além da produção de H2V, o Green Energy Park também planeja exportar o produto pelo Porto de Luís Correia, através da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), contando já com empresas compradoras na Europa. O hidrogênio verde produzido será exportado por via marítima e chegará ao Porto de Krk, na Croácia, onde a Green Energy Park tem sua sede. Até o final do ano, executivos da empresa planejam visitar o Piauí para realizar os estudos necessários ao início do projeto.
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Essa não é a primeira empresa estrangeira atraída pelos recursos naturais do Piauí. Desde o início do ano, o governador Rafael Fonteles tem buscado investimentos na área através de reuniões com empresas voltadas para o ramo de energia solar e combustível limpo. Com o desenvolvimento dos projetos, previsto para ocorrer nos próximos anos, mais de 3 mil empregos na cadeia produtiva devem ser gerados.
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Para a Investe Piauí, o mercado de hidrogênio verde veio para ficar e será uma aposta positiva para o Estado. “Quando se fala em hidrogênio verde, estamos falando de uma produção a partir de fontes renováveis. Em energia eólica, nós já somos grandes produtores. Essa é uma aposta positiva e estratégica do governo”, afirma Karita Allen, diretora de Fomento à Economia em Hidrogênio Verde da agência Investe Piauí.
Até o momento, os investimentos em andamento para projetos de hidrogênio verde no Brasil ultrapassam a marca dos US$ 30 bilhões, equivalente a cerca de R$ 150 bilhões.
O que é hidrogênio verde?
O hidrogênio verde (H2V) é uma inovação no mundo da energia e um candidato de destaque para substituir combustíveis fósseis poluentes. Mas o que exatamente é o hidrogênio verde? Trata-se de hidrogênio produzido a partir de fontes de energia renovável, como energia solar ou eólica, por meio de um processo de eletrólise da água. Essa eletrólise usa eletricidade para separar a água em hidrogênio e oxigênio, com zero emissões de carbono.
A grande vantagem do H2V é que ele pode ser utilizado como uma fonte de energia limpa em uma variedade de aplicações. Além disso, oferece um caminho para a descarbonização de setores industriais em energia, como a produção de aço e amônia. Segundo estimativas das Nações Unidas, o H2V deve movimentar US$ 2,5 trilhões por ano em duas décadas.
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