Comércio & Serviços
Folgas extras
Em shoppings centers, alguns feriados atraem mais consumidores
Datas festivas no meio da semana mantêm o comércio aquecido e motiva público para o lazer
Robert Pedrosa - redacao@pinegocios.com.br
Enquanto o comércio em geral condena os feriados, os lojistas de shoppings centers até comemoram alguns, principalmente quando caem na terça ou quarta-feira.E dependendo da época do mês, mesmo os de quinta ou sexta-feira não prejudicam as vendas. Em alguns casos, são até maiores do que em dias úteis, mesmo abrindo apenas a metade do tempo.
Com um funcionamento estendido de 12 horas por dia de segunda a sábado e seis horas nos os domingos e feriados do ano, os shoppings centers do Piauí têm um público específico. Serviços de entretenimento e de alimentação, que fazem parte da cultura desses locais, ajudam a atrair público, independente do dia da semana, seja dia útil, fim de semana ou feriado.
Outro diferencial dos shoppings é que um feriado na quarta-feira, diferente das lojas de rua, atrai aqueles consumidores que estariam trabalhando normalmente, mas que aproveitam para ir às compras, ao mesmo tempo em que usam o lazer e a gastronomia. “Nos feriados no meio da semana, nas seis horas em que as lojas do shopping ficam abertas, o movimento é maior do que uma quarta-feira normal”, informa Carolina Berger, gerente de marketing do Shopping Rio Poty, localizado na zona Norte de Teresina
Com mais de 200 lojas, entre varejo, alimentação, lazer e serviços, o Shopping Rio Poty nunca fecha totalmente, pois os setores de alimentação e lazer sempre estão abertos. Dependendo do feriado, esses setores faturam mais do que quando o comércio varejista está funcionando.
Shopping Rio Poty: eventos, lazer e alimentação atraem público o tempo todo aos shoppings, que sentem um maior movimento em muitos feriados (Foto: Divulgação) |
Os feriados só impactam negativamente o shopping quando as lojas realmente são proibidas de abrir, como Carnaval, Sexta-feira da paixão, Natal, 1º de janeiro, Dia do Trabalho e Dia dos Comerciários. Para abrir aos domingos e feriados, é necessário fazer acordo com o sindicato dos comerciários, e com o pagamento de horas extras para os funcionários.
“Um dia com loja fechada é um grande volume de vendas perdido. Para o lojista, mesmo com movimento fraco, qualquer oportunidade de vender é válida, pois os custos operacionais já estão pagos, como salário do funcionário, aluguel, mercadoria , taxa de condomínio”, frisa Caroline.
Caroline Berger, do Shopping Rio Poty, diz que lojista não quer perder oportunidade de venda (Foto: Piauí Negócios) |
O Shopping Riverside, na zona Leste, também com cerca de 200 lojas, mantém sempre a praça de alimentação aberta, porém, a mesma é diretamente impactada pelo funcionamento das lojas e, por isso, sofre com alguns feriados.
Mas o síndico do centro de compras, Márcio Leal, acrescenta um agravante que geralmente anda lado a lado com os feriados: os pontos facultativos.“Além do feriado ser ruim para os comerciantes, o ponto facultativo causa um estrago grande, com quedas de 30% sobre um dia normal”, reclama Márcio.
Os pontos facultativos, concedidos pelos governo federal, estadual ou municipais, ocorrem geralmente após (quinta-feira) ou antes (terça-feira) de um feriado. “Isso mata o comércio, pois, além da quinta, o movimento cai na sexta, no sábado e domingo, pois as pessoas viajam. É um absurdo o governo dar ponto facultativo”, lamenta.
O shopping Riverside sente uma queda maior na semana em que há pontos facultativos (Foto: Piauí Negócios) |
As perdas são maiores porque é a partir de quinta-feira que as vendas no comércio, em geral, aumentam. Dos sete dias da semana em que as lojas são abertas, quinta, sexta e sábado respondem, geralmente, por 60% das vendas. Por isso um feriado prolongado a partir de quinta-feira é alvo de tantas reclamações dos lojistas.
Márcio Leal acrescenta que o prejuízo não é somente para os empresários, mas para os funcionários, que deixam de ganhar a comissão da venda perdida, e para o governo, que arrecada menos impostos. “Por fim, perde a sociedade, pois menos impostos significam menos investimentos em serviços públicos”, frisa o síndico.
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